quarta-feira, 11 de maio de 2016

Satisfeita com o sexo oral que recebe?

Como é possível que uma prática sexual tão excitante tenha sido batizada de uma maneira tão feia: cunilíngua, que mais não é do que acarinhar o sexo feminino com a boca e inclusive praticar uma espécie de penetração com a língua, excitando especialmente a vulva, o clítoris e a entrada da vagina. A palavra que deriva da união de cunnus (vulva) e lingere  (lamber) soa a qualquer coisa menos a prazenteira experiência que (nos) supõe estimular os órgãos sexuais femininos. De facto, depois da masturbação, o cunnilingus ou sexo oral é a segunda maneira mais efetiva para uma mulher alcançar o orgasmo.

Mas muitas mulheres não desfrutam com o sexo oral  que recebem, inclusivamente sentem-se  incómodas com esta técnica. Cada uma gosta do que gosta, e considera o que é “normal” nas suas relaçoes sexuais. “Evidentemente não podemos obrigar ninguém a fazer o que não quer, mas sim devemos perguntar-lhe o porque não gosta no sexo oral”, diz a sexóloga Ana L. Talavera. “Um dos motivos mais comuns pelos quais não se sentem satisfeitas com o sexo oral deve-se aos medos que essa técnica pode provocar. Ninguém nos fala deste assunto, da mesma forma que ninguém nos fala sobre o como devemos masturbar-nos”.

Ainda há mulheres em processo de libertar-se da vergonha sexual de ter o(a) seu(ua) parceiro(a) perto e mais da vergonha pessoal que lhes provoca expor os seus próprios genitais. “Para elas a ideia do cunnilingus pode gerar  poderosas imagens do corpo ou pode alimentar os medos em relação ao aspeto do seus genitais, o cheiro deles, ou o seu sabor –continua a sexóloga. No momento em que deviam estar a desfrutar, este tipo de mulheres está preocupada sobre o que pensará o seu/sua parceiro(a) delas e dos seus genitais”. Para além disso, sob o sexo feminino pesam preconceitos que falam de cheiros fortes e outras circunstâncias que podem provocar rejeiçao. O sexo cheira e é natural que também o dos homens. A soluçao recai sobre uma boa higene íntima e se o problema persiste, recorrer a uma consulta médica (caso exista algum problema).

Para além da fundamental higiene íntima (ninguém gosta de comer num prato sujo…), a segurança no momento de realizar o cunnilingus também é importante. O sexo oral é uma técnica com menos riscos de contágio do que o sexo anal ou vaginal, visto que a nossa boca está habituada a conviver com milhares de bactérias e é muito resistente. Mas não significa que não exista risco “caso o teu parceiro (a) tenha um herpes labial, não deveriam praticar sexo oral sem proteção. No caso dos rapazes um preservativo e no das raparigas um protetor bucal que é uma especie de lençol muito fininho, de forma quadrada que deve usar-se para cobrir a zona que vai lamber-se”, explica Ana L. Talavera.


As posturas para o cunnilingus

Esclarecido o assunto de ter a zona genital limpa e fresca, interessa conhecer a postura mais adequada para o cunnilingus.

Evidentemente será aquela na qual ambas pessoas estejam cómodas e onde a pessoa que dá o cunnilingus tenha um maior acesso para estimular os genitais da sua parceira”, aponta a sexóloga. Vamos propor-te algumas opções:

Caso queiras dominar a situaçao, esta é a posiçao para ti. Coloca-te sobre o teu parceiro (a), que estará deitado (a), deixando a sua cabeça entre os teus joelhos. Pede-lhe que ponha a língua de fora, enquanto tu, movimentas as tuas ancas para procurar a estimulação que procuras.















Outra postura, muito excitante, é sentada com as pernas abertas e o teu parceiro (a) ajoelhado (a) de frente para ti. Nesta posição, será a pessoa que dá o cunnilingus quem controla a experiência, embora devas sempre participar e possas fazer sugestões.






















Outras dicas:
- Eleva a sua pélvis com umas almofadas.
- Quanto maior abertura das pernas mais espaço terás para “trabalhar”.
- Podes fazer movimentos circulares com a língua sobre o clítoris ou fazer o alfabeto com a língua.
- Algumas mulheres gostam que lhes introduzam os dedos na vagina ao mesmo tempo que são estimuladas com a língua.
- É primordial ter em conta o ritmo, a maior parte das mulheres sente mais prazer com uma pressão firme e movimentos repetitivos.
- Mantem o contato visual com ela e esquece o relógio! Não se deve ter pressa.

“No caso de ambas as pessoas gostarem do jogo de dar e receber, a postura estrela seria o 69, ou seja a arte de sentir e fazer sentir ao mesmo tempo” diz a Ana Talavera.
Em relação aos pontos chave a estimular há que ter em conta duas coisas: que cada mulher tem a suas preferências e a sua sensibilidade da vulva e clítoris. Ou seja “ as preferências podem variar com o passar do tempo: o que hoje não gosto, amanhã pode ser que me deixe doida de prazer. Ou pode acontecer que as técnicas que punham maluca a tua ex, deixem a tua nova parceira fria”- e viceversa.

 O clítoris conta com milhares de terminações nervosas, mais do que em qualquer outra parte do nosso corpo. Esta sensibilidade merece certa delicadeza durante a estimulação.

Para encontrar a fórmula ideal de estimular com sexo oral “ uma das melhores estrategias é observar os sinais que emite o seu corpo perante as diferentes formas de estimulação”. Os gemidos, a sua respiração, a maneira como se mexe, são pistas fundamentais para saber o que é que ela gosta, mas também podes sempre perguntar-lhe diretamente e pedir-lhe que a sua mão atue como guia”.
No próximo post falaremos do sexo oral para eles!


Adaptação do texto escrito para o diário Ideal por Rocío R. Gavira e a sexóloga Ana López Talavera de PuntoTgranada.