É muito importante perceber o efeito
abusivo da pornografia no cérebro. Neste post não estamos a falar se é bom ou mau, só estamos a tentar dar algumas explicações para que cada um
tire as suas próprias conclusões com a informação que existe.
Para entender como o abuso da pornografia afecta o nosso cérebro, é básico entender o que é a dopamina e quais as suas
funções na área da sexualidade.
A
dopamina é a hormona da novidade e do prazer. Baseia-se na antecipação e no
querer procurar aquilo que nos produz a recompensa, seja prazer, bem-estar,
felicidade, amizade…
Tem um papel muito importante no nosso
circuito de recompensa. É a hormona que nos empurra a querer voltar repetir
certas acções pelo prazer que nos deu realizá-las.
Está directamente relacionada, com as adições,
seja de drogas, videojogos, porno ou qualquer coisa que nos possa obsessionar.
A pornografia é especialmente
atractiva para o nosso sistema de recompensa, porque a novidade está a um click
(cada click uma mulher nova), e como já dissemos a novidade é muito dopaminérgica.
Imagina a quantidade de dopamina que
segrega a pornografia, as fotos e vídeos que te chegam ao WhatsApp. Esse accionador
contínuo faz com que tenhas dopamina quase permanentemente presente no teu
sistema de recompensa e ele próprio vai trabalhando e reforçando essa
necessidade constantemente.
O excesso de pornografia tal como as
drogas, tem alto risco de se converter em adição.
Quais
os possíveis problemas que podem aparecer quando nos tornamos adictos à pornografia?
Há várias situações que costumam ser
comuns a todos os adictos à pornografia:
1- O hábito. O ritual da masturbação
implica uma velocidade, um tacto, umas sensações e excitação sempre iguais com o
que o teu cérebro adapta-se e depois numa situação real, o corpo não responde
porque não é “o de sempre” e pode gerar problemas de autoconfiança, ou inclusive de
disfunção eréctil.
2- Desvirtua-se o como deve ser uma relação
sexual com uma pessoa. Ou seja, uma pessoa que tenha sido educada
sexualmente, com pornografia, pensará que o que vê é o que tem que fazer na relação
real, porque não conhece outra coisa. Este é um problema que acontece a muitos jovens.
3- No hormonal. Uma sobre estimulação continuada da
dopamina no nosso sistema de recompensa, pode levar a um aumento da tolerância da
dopamina. Ou seja, para ter o mesmo nível de excitação que as primeiras vezes,
necessitaremos muita mais dopamina. As células nervosas, saturadas com tanta dopamina, actuam “defendendo-se” diminuindo os seus receptores num acto de
dizer “basta”, o que leva a uma desconexão.
Chegar a este ponto pode trazer muitos
problemas. O mais habitual é que haja uma desconexão “cérebro-genitais” e que
possam aparecer problemas de confiança, falta de desejo sexual, falta de
entusiasmo e motivação, depressão e/ou problemas de concentração, entre outros.
Para
reiniciar o sistema de recompensa, rebalançar a dopamina e voltar a uma estado
sexual, deve fazer-se uma mudança no estilo de vida, o que não é nada
fácil, porque da mesma forma que com as drogas, há muitos accionadores que te
impulsionarão novamente para a pornografia e a masturbação.
Se sentes que estás com um problema de
adição à pornografia podes pedir-nos ajuda. Com a Terapia Sexual o processo
pode ser mais fácil.
Adaptação e tradução do texto de Francisco
Fortuño