quarta-feira, 16 de maio de 2018

Adição à pornografia?


É muito importante perceber o efeito abusivo da pornografia no cérebro. Neste post não estamos a falar se é bom ou mau, só estamos a tentar dar algumas explicações para que cada um tire as suas próprias conclusões com a informação que existe.

Para entender como  o abuso da pornografia afecta o nosso cérebro, é básico entender o que é a dopamina e quais as suas funções na área da sexualidade.

A dopamina é a hormona da novidade e do prazer. Baseia-se na antecipação e no querer procurar aquilo que nos produz a recompensa, seja prazer, bem-estar, felicidade, amizade…
Tem um papel muito importante no nosso circuito de recompensa. É a hormona que nos empurra a querer voltar repetir certas acções pelo prazer que nos deu realizá-las.
Está directamente relacionada, com as adições, seja de drogas, videojogos, porno ou qualquer coisa que nos possa obsessionar.

A pornografia é especialmente atractiva para o nosso sistema de recompensa, porque a novidade está a um click (cada click uma mulher nova), e como já dissemos a novidade é muito dopaminérgica.
Imagina a quantidade de dopamina que segrega a pornografia, as fotos e vídeos que te chegam ao WhatsApp. Esse accionador contínuo faz com que tenhas dopamina quase permanentemente presente no teu sistema de recompensa e ele próprio vai trabalhando e reforçando essa necessidade constantemente.
O excesso de pornografia tal como as drogas, tem alto risco de se converter em adição.

Quais os possíveis problemas que podem aparecer quando nos tornamos adictos à pornografia?

Há várias situações que costumam ser comuns a todos os adictos à pornografia:

1-   O hábito. O ritual da masturbação implica uma velocidade, um tacto, umas sensações e excitação sempre iguais com o que o teu cérebro adapta-se e depois numa situação real, o corpo não responde porque não é “o de sempre” e pode gerar problemas de autoconfiança, ou inclusive de disfunção eréctil.

2-    Desvirtua-se o como deve ser uma relação sexual com uma pessoa. Ou seja, uma pessoa que tenha sido educada sexualmente, com pornografia, pensará que o que vê é o que tem que fazer na relação real, porque não conhece outra coisa. Este é um problema que acontece a muitos jovens.

3-   No hormonal. Uma sobre estimulação continuada da dopamina no nosso sistema de recompensa, pode levar a um aumento da tolerância da dopamina. Ou seja, para ter o mesmo nível de excitação que as primeiras vezes, necessitaremos muita mais dopamina. As células nervosas, saturadas com tanta dopamina, actuam “defendendo-se” diminuindo os seus receptores num acto de dizer “basta”, o que leva a uma desconexão.

Chegar a este ponto pode trazer muitos problemas. O mais habitual é que haja uma desconexão “cérebro-genitais” e que possam aparecer problemas de confiança, falta de desejo sexual, falta de entusiasmo e motivação, depressão e/ou problemas de concentração, entre outros.

Para reiniciar o sistema de recompensa, rebalançar a dopamina e voltar a uma estado sexual, deve fazer-se uma mudança no estilo de vida, o que não é nada fácil, porque da mesma forma que com as drogas, há muitos accionadores que te impulsionarão novamente para a pornografia e a masturbação.

Se sentes que estás com um problema de adição à pornografia podes pedir-nos ajuda. Com a Terapia Sexual o processo pode ser mais fácil.

Adaptação e tradução do texto de Francisco Fortuño

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