Todos os homens, em algum momento das suas vidas, experimentam algum
episódio ou vários episódios de perda de erecção. Dependendo da maneira como
vivenciam a situação, bem como da informação que dispõem e da sua própria
atitude em relação ao sexo, esta experiência
poderá transformar-se numa possibilidade de aprendizagem ou um “caminho
ao inferno”.
Os transtornos de erecção são aqueles que, por algum motivo, interferem no
desenvolvimento da fase da excitação, interrompendo a resposta sexual.
Caracteriza-se pela perda de erecção, ou pela perda parcial desta uma vez
conseguida.
Muitos autores/as estudaram este grupo de dificuldades sexuais centradas
nos problemas de ereccção. Assim, Masters e Johnson falam da “impotência”
(conceito que não se utiliza na actualidade) ou, mais recentemente, Kaplan,
trata-o como “disfunção erectiva”,
definindo-o como um bloqueio dos mecanismos da erecção por causas psicológicas, sobretudo pela
angustia e o medo do fracasso na relação sexual.
Os problemas de erecção podem dever-se a factores físicos ou psicológicos,
sendo as causas, na esmagadora maioria, de tipo psicológico. Quando um homem
experimenta um episodio de perda de erecção teme voltar a repeti-lo e esta
angustia bloqueia os mecanismos da sua resposta sexual.
Caso um homem consiga uma erecção na sua masturbação, será um indicador de
que não tem causa física ou orgânica, sendo a psicoterapia uma resposta eficaz
para a resolução do problema.
Na maior parte dos casos não estará afectado o desejo sexual ou a vontade
de manter relações sexuais, pelo menos numa primeira fase. Caso não se tente
resolver este problema, a maioria dos homens começará a evitar ou a esquivar-se
às relações sexuais. Com este comportamento agrava-se o problema, aumentando a
ansiedade e o medo de “não funcionar bem” novamente.
Portanto, a causa principal dos transtornos da erecção é a ansiedade. Esta
pode afectar de distintas maneiras: alguns homens não conseguem alcançar a
erecção durante as fases anteriores ao coito; outros alcançam facilmente a
erecção mas perdem-na no momento da penetração, outros imediatamente depois
dela.
Isto deve-se à angustia ou ansiedade grave que se activa face à iminência
do coito e a ideia de “falhar” nesse momento. Esta ansiedade pode
concretizar-se em relação ao medo do fracasso sexual ou à repetição de uma
experiência sexual frustrante, embora possam existir outros factores como a
falta de estimulação adequada, a excessiva passividade do/a parceiro/a, a
monotonia dos jogos eróticos, etc.
Pode ser recomendável uma avaliação médica para que seja possível um
despiste de causas orgânicas.
Quando o exame físico não encontra causas metabólicas, neurológicas ou
vasculares determina-se que a origem é psicológica e/ou contextual. O
acompanhamento psicoterapêutico individual e/ou de casal torna-se, assim,
necessário para que, de uma forma confidencial especializada, personalizada e
adequada às circunstâncias específicas a pessoa possa voltar a desfrutar em
plenitude a sua vida sexual.
Sem comentários:
Enviar um comentário